Já dei conta de mim a falar comigo própria, a olhar para o telemóvel de meio em meio segundo com a esperança de ter algo dele, já dei por mim a pensar no seu cheiro, no seu toque, como se estivesse tão presente aqui, como se sentisse o mesmo que senti da primeira vez que estive nos braços dele, a sentir-me protegida novamente, como se fosse indestrutível..
Já dei por mim a sorrir sozinha sempre que me lembrava de algo tão bom assim, mas depois perdia-me em pensamentos, perdia-me sei lá por onde e perdia a noção do tempo e do espaço, como se não estivesse ali mas sim onde realmente queria estar. Já dei por mim a responder completamente diferente a algo que me perguntavam ou que diziam, dei por mim a passar por doida, só mesmo porque eu não estava ali. Não era eu quem estava ali. Eu não estava onde queria estar e com quem queria estar! Dei por mim vezes sem conta a esfregar a cara como quem aterra dum sonho acordado. Já me senti capaz de combater o mundo, mas também já achei que até formigas eram mais fortes que eu. Já me dei por mim a mandar alguém para determinados sítios na minha própria cabeça, simplesmente porque não queria ouvir, não queria estar ali a aturar aquilo e pronto, que se lixásse tudo o resto. É assim que funciona? Já fugi para a praia como refugio da minha mente, libertar-me apenas a ouvir o barulho do mar, e apesar de achar errado, faço-o constantemente. Fujo constantemente de mim própria para sítios onde me sinta realmente eu. Já me irritei comigo mesma por determinadas palavras que disse ou atitudes que tive, é normal não?
Temos sempre grandes objectivos, grandes sonhos e quando não os alcançamos, a queda é absurdamente gigante. E maiores que as dores físicas, são as dores psicológicas. É a confusão duma mente, ou até dum coração..
Já dei por mim a ter ciúmes de algo que considero meu, que acho que o deveria ser ou simplesmente foi em tempo. Mas talvez tenha sido só ilusão, nunca nada é realmente nosso, certo? Então estou novamente errada, estou novamente a chamar-me mil e um adjectivos ofensivos e por fim apetece-me rir. Riu-me do quanto acho isso ridículo e do quanto o faço constantemente. Riu-me porque faria de cada lágrima minha um beijo dele. Poderia rir-me por ter a mente vazia de rascunhos e tão cheia de incertezas ou talvez de medos, mas não!
Riu-me por ele, não é motivo suficiente?
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