terça-feira, 23 de abril de 2013

Destinatário desconhecido

Desci as escadas lentamente, sentei-me no último degrau. Estava tudo escuro, não havia barulho a não ser o eco dos meus soluços de choro, passei a mão vezes seguidas pela cara, de modo a enxugar as lágrimas.
Deixei simplesmente de tentar, se foi assim é porque era assim que tinha de ser, não é?! (quantas vezes usámos este pensamento para tornar a dor mais suportável?!)
Senti-me várias vezes sozinha, já dei tudo de forma a segurar um mundo que criei em conjunto com alguém e acabavam sempre por desmoroná-lo, sem piedade, simplesmente como se fosse algo tão banal assim. Já insisti em lutar por algo que não valia a pena, e mesmo toda a gente me dizendo que devia de parar com aquela luta vã, havia sempre qualquer coisa que me fazia contrariar todos os pensamentos negativos, achando que àquela seria de vez.
Acho que já todos nos sentimos assim, pelo menos uma vez, não? Quem nunca teve saudades de algo que no passado lhe fez tão mal? Quem nunca acreditou que aquela pessoa mudaria? De repente surgiu um nome. É sempre assim, esperamos sempre que façam por nós o que faríamos pelos outros ou por alguém em concreto! Mas, ás vezes, é necessário cair, bater com a cabeça sempre na mesma parede, algum dia acabamos por perceber que a finalidade de tanto sofrimento é o enriquecimento da pessoa que somos. Dói muito quando algo que era rotina se transforma em simples memórias. Sim, dói quando precisamos de um abraço especifico e damos conta que tudo o que está ao nosso redor não é nada mais que um vazio enorme, vazio esse que se vai juntar à tua dor interior.
Mas vai existir sempre alguém que te fará ignorar tudo o que já passaste e, todo este processo, não será  mais do que um ciclo vicioso.. Porém, no fim, restará apenas,uma pessoa mudada pela vida, (tu).

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