um tudo de nada
Eu não pedia muito mais que um carinho, muito mais que uma palavra sincera ou um simples abraço sentido.
Dispensava bem todas as mentiras, todos os actos e palavras momentâneas vindas do nada e sem nexo.
Dispensava todos os momentos de puro prazer se eles não fossem para durar.
Dispensava apaixonar-me por algo tão fútil, tão transparente e tão falso, tão igual a tudo o resto que nunca existiu a não ser na minha própria mente e nada mais para além disso, simples pura ficção.
Contínuo sem pedir muito mais que algo verdadeiro, algo puramente natural, algo apaixonante e diferente duma forma única, mas acabei por me sentir destruída como se fosse feita de plástico ou papel; como se passasse todas as sensações por mim e eu já não sentisse nada; como se tudo não fosse nada mais que um enorme sonho sem o mínimo de sentido ou sentimento.
É tudo tão básico de se ver, tudo tão fácil de julgar e tão estranho de esconder, é tudo isto que resta duma ilusão ou desilusão talvez.. dum nada; duma história com princípio, meio e termina com um ponto final e não com um final feliz; duma parvoíce ou até infantilidade da qual não restou conteúdo absolutamente nenhum.
Por fim, não é nem nunca foi um conto de fadas, foi sempre um tudo de nada..
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